Gosto do que escrevo.
Mas, pretendo mudar.
Mudar mais que de sílabas.
Mudar de palavras.
De intenção que põe a minha vida sempre a mão.
Eu não posso escrever com outra mão. Canhoto que sou.
Porém posso escrever com outros olhos, modo de ver.
Escrever algo mais justificável?
Lacuna que tendo encontrar entre maturidade e sabedoria.
Poeta vive de momentos.
De decidir o que escrever e de se abandonar, às vezes, tragicamente.
Encontro eu mais eu poético com alguma técnica.
Ou começo agradar os outros e sendo assim bem quisto?
terça-feira, 30 de novembro de 2010
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Carta - Considerações sobre o Amor
Meu caro baiano,
Sempre lhe digo sobre o Amor. Na verdade, falo da minha procura por tal sentimento que tende a unir dois corpos e uma intenção. Mal logrado eu em considerar isso: uma intenção. No “amor” escondemos inúmeros disfarces. Uns os buscam para completar uma carência de infância, outros para possuir alguém, outros para alimentar seu ego (acho que nesse ponto quase que todos, invariavelmente) e outros, verdadeiramente, para amar.
A forma mais sólida e nobre é quando amar alguém é importante, mas desprovido de suicídios diários. É não se despedaçar a cada fim e não duvidar a cada palavra mal dita. Maldito é o amor que pela razão do sentimento assume todas as dores, fazendo desgraça da alegria que poderia ter sido, se um e o outro se mantivessem inteiros.
Então, meu caro, o que é o Amor? É o adquirido com sentido, o ser sem precisar parecer, a carícia fácil sem vulgaridade, a excitação sem desperdiço, o risco, a chance, a coragem e a transformação.
O Amor quando muito dito se torna clichê. Quando pouco se torna questionável. E quando vivido é vida. E vida não se entende pelo olhar do outro, pelo querer do outro e pelo que o outro sente. Amor é seu independente dos anos que se está junto de alguém. Somente os momentos você poderá compartilhar. Não perdemos ninguém, apenas deixamos de ter esse alguém na nossa vida.
* À Vagner de Alencar
Sempre lhe digo sobre o Amor. Na verdade, falo da minha procura por tal sentimento que tende a unir dois corpos e uma intenção. Mal logrado eu em considerar isso: uma intenção. No “amor” escondemos inúmeros disfarces. Uns os buscam para completar uma carência de infância, outros para possuir alguém, outros para alimentar seu ego (acho que nesse ponto quase que todos, invariavelmente) e outros, verdadeiramente, para amar.
A forma mais sólida e nobre é quando amar alguém é importante, mas desprovido de suicídios diários. É não se despedaçar a cada fim e não duvidar a cada palavra mal dita. Maldito é o amor que pela razão do sentimento assume todas as dores, fazendo desgraça da alegria que poderia ter sido, se um e o outro se mantivessem inteiros.
Então, meu caro, o que é o Amor? É o adquirido com sentido, o ser sem precisar parecer, a carícia fácil sem vulgaridade, a excitação sem desperdiço, o risco, a chance, a coragem e a transformação.
O Amor quando muito dito se torna clichê. Quando pouco se torna questionável. E quando vivido é vida. E vida não se entende pelo olhar do outro, pelo querer do outro e pelo que o outro sente. Amor é seu independente dos anos que se está junto de alguém. Somente os momentos você poderá compartilhar. Não perdemos ninguém, apenas deixamos de ter esse alguém na nossa vida.
* À Vagner de Alencar
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
(De)limitar
O delimitar do feminino e masculino, às vezes, é tênue e rico. Sobretudo, quando aprendemos olhar essas características que se mesclam como forma mais possível do que é o humano. Não somos estanques fechados e a dualidade, assim como as nuances fazem parte de nossa vida.
Sobre esse assunto é imprescindível entrarmos em contato com algo que nos incomoda: nossas limitações. E porque também não dizer nossos preconceitos. Não quero entrar no assunto preconceito, pois ele por si só é complexo. Contudo, falar das nossas limitações é um exercício de olhar para dentro.
O que não nos é natural denunciam duas realidades. Uma mais genérica, ou seja, a da própria natureza e a outra a construção da cultura. A segunda é mais maleável, mas precisa de tempo e ação para ser transformada. Quando olhamos algo que nos parece do outro mundo isso se dá por essas duas construções. Desconhecimento gera ignorância e por sua vez estranheza.
Delimitar o que é masculino e feminino, embora, válido é também imperativo. A única maneira de mudarmos certos conceitos, ou melhor, ampliá-los é, senão, a convivência. Nesse ponto resta-nos o querer ou não, o ir além ou ficar na mediocridade de nossas próprias visões costumeiras. Não falo em apologia ou silêncios programados e sim na ousadia de nos permitirmos ao que não é ou não nos parece tão natural.
Henrique Pires, 22/11/10.
Sobre esse assunto é imprescindível entrarmos em contato com algo que nos incomoda: nossas limitações. E porque também não dizer nossos preconceitos. Não quero entrar no assunto preconceito, pois ele por si só é complexo. Contudo, falar das nossas limitações é um exercício de olhar para dentro.
O que não nos é natural denunciam duas realidades. Uma mais genérica, ou seja, a da própria natureza e a outra a construção da cultura. A segunda é mais maleável, mas precisa de tempo e ação para ser transformada. Quando olhamos algo que nos parece do outro mundo isso se dá por essas duas construções. Desconhecimento gera ignorância e por sua vez estranheza.
Delimitar o que é masculino e feminino, embora, válido é também imperativo. A única maneira de mudarmos certos conceitos, ou melhor, ampliá-los é, senão, a convivência. Nesse ponto resta-nos o querer ou não, o ir além ou ficar na mediocridade de nossas próprias visões costumeiras. Não falo em apologia ou silêncios programados e sim na ousadia de nos permitirmos ao que não é ou não nos parece tão natural.
Henrique Pires, 22/11/10.
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